Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Amor em paz
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
POEMA
Senhora de muito espanto,
vestindo coisas longínquas
e alguns farrapos de sono,
eu vim para te dizer
que inutilmente contemplo
na planície de teus olhos
o incêndio do meu orgulho.
Senhora de muito espanto,
sentada além do crepúsculo
e perfeitamente alheia
a realejos e manhãs.
Eu vim para te mostrar
que se inaugurou um abismo
vertical e indefinido
que vai do meu lábio arguto
ao chumbo do teu vestido.
Senhora de muito espanto
e alguns farrapos de sono,
onde o céu é coisa gasta
que ao meu gesto se confunde.
Um dia perdi teu corpo
nas cores do mapa-múndi.
Carlos Pena Filho
TESTAMENTO DO HOMEM SENSATO
Quando eu morrer, não faças disparates
nem fiques a pensar: “Ele era assim...”
Mas senta-te num banco de jardim,
calmamente comendo chocolates.
Aceita o que te deixo, o quase nada
destas palavras que te digo aqui:
Foi mais que longa a vida que eu vivi,
para ser em lembranças prolongada.
Porém, se um dia, só, na tarde em queda,
surgir uma lembrança desgarrada,
ave que nasce e em vôo se arremeda,
deixa-a pousar em teu silêncio, leve
como se apenas fosse imaginada,
como uma luz, mais que distante, breve.
Carlos Pena Filho
TUA PRESENÇA"
por: Sandra Rosa Gonçalves Rodrigues
VOCÊ ESTÁ PRESENTE
EM TODO O MEU SER
VOCÊ É A MINHA VIDA
EU PRECISO TE DIZER
QUE NÃO VIVO SEM VOCÊ
TENTE ENTENDER
QUE O MEU CORAÇÃO
SÓ A TI SABE QUERER
ENCONTRO VOCÊ
EM MEU PENSAMENTO
BUSCO A TUA PRESENÇA
A TODO MO MENTO
NA ÀGUA DA CHUVA
NO SOL DO VERÃO
NO FRIO DO INVERNO
NA MAIS PURA EMOÇÃO
TUA PRESENÇA
ALEGRA O MEU VIVER
POR TODA A MINHA VIDA
EU VOU SEMPRE TE QUERER.